A presidente Dilma Rousseff tomou conhecimento, na tarde de ontem (10), do mal-estar entre o governador do Ceará, Cid Gomes, e o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Tão logo ficou sabendo, convocou o ministro para uma reunião no Palácio do Planalto. Mas quem também toma os rumos de Brasília é o chefe do Executivo estadual.
Cid e Nascimento poderiam ficar frente a frente, segundo informações oficiais do Planalto, para tapar os buracos da crise. Mas o encontro não deve acontecer. A reunião de Dilma e o ministro está prevista para 16h e o governador do Ceará só deve chegar em Brasília ao anoitecer. Na bagagem de Cid, muitos buracos e reclamações, mas o encontro com a presidente ainda não foi confirmado.
O governador será convidado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados a dar explicações sobre as acusações feitas contra Alfredo Nascimento. O requerimento, de autoria do deputado Mendonça Filho (DEM/PE), foi aprovado por unanimidade na manhã desta quarta-feira (11).
As declarações do governador e de Alfredo Nascimento ganharam espaço em jornais de circulação nacional. O diálogo entre os dois lados ficou tão sinuoso e perigoso quanto as rodovias 116, 222 e 020, motivo-chave da discussão.
Entenda
O clima de tensão começou quando o governador, alimentado por constantes reclamações de motoristas sobre as BRs do Ceará, disparou contra o Ministério dos Transportes e o Dnit. Usou expressões como "antro de corrupção", "laia" e "quadrilha".
Em resposta, Alfredo Nascimento afirmou que nunca foi procurado pelo chefe do Executivo cearense para tratar do assunto. Cid retrucou: "está faltando com a verdade". A poeira parecia assentar com as últimas declarações, mas a tarde tornou a se agitar. O ministro anunciou que entrará com uma queixa-crime contra o governador junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
*Notícia atualizada às 14h20 e 15h05.
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